De acordo com Paulo Twiaschor, o conceito de luxo na arquitetura tem evoluído significativamente ao longo dos anos. Se antes era sinônimo de ostentação, materiais caros e metros quadrados abundantes, hoje o verdadeiro luxo está ligado à qualidade de vida e ao bem-estar sensorial. A arquitetura residencial contemporânea vem sendo cada vez mais projetada com foco nas sensações que os ambientes proporcionam aos moradores.
Essa mudança de paradigma reflete uma nova consciência, na qual o conforto sensorial — acústico, visual, térmico e tátil — não é apenas um diferencial, mas uma necessidade. O lar passa a ser visto como um refúgio de regeneração física e mental, e não apenas como uma estrutura funcional ou esteticamente agradável. Confira!
Como o conforto acústico influencia a qualidade de vida em casa?
O som tem um papel poderoso na nossa percepção de conforto. Em uma residência, o excesso de ruído — seja de trânsito, vizinhos, equipamentos domésticos ou mesmo reverberações internas — pode ser altamente estressante. Assim, o conforto acústico tem ganhado destaque nos projetos arquitetônicos de alto padrão. O uso de materiais fonoabsorventes, a criação de barreiras naturais como jardins e o correto dimensionamento dos espaços internos são estratégias adotadas para minimizar ruídos indesejados.
Além disso, Paulo Twiaschor explica que janelas com vidros duplos, isolamento em paredes e pisos, e até o desenho de forros contribuem para criar ambientes mais silenciosos e, por consequência, mais relaxantes. Em tempos de home office e introspecção, o silêncio controlado tornou-se um símbolo de sofisticação e bem-estar.
De que forma o conforto visual é planejado na arquitetura de interiores?
A luz, tanto natural quanto artificial, molda diretamente como percebemos um ambiente, informa Paulo Twiaschor. Um espaço com iluminação inadequada pode parecer opressor, cansativo ou frio, enquanto ambientes com luz bem distribuída transmitem acolhimento e vitalidade. O conforto visual vai além da estética: ele é uma questão de saúde ocular, regulação do ritmo circadiano e até de produtividade.

Arquitetos têm investido em soluções como grandes aberturas para entrada de luz natural, uso estratégico de claraboias, controle de ofuscamento com brises e cortinas automáticas, além de sistemas inteligentes de iluminação artificial que simulam o ciclo solar. O resultado é uma casa que responde às necessidades visuais de cada momento do dia, favorecendo o relaxamento ou a concentração conforme necessário.
O que caracteriza um ambiente termicamente confortável?
Sentir-se fisicamente bem em um ambiente passa, inevitavelmente, pela temperatura. O conforto térmico é um dos pilares mais antigos da arquitetura, mas agora está sendo repensado com uma abordagem mais holística e tecnológica. O uso de materiais com bom desempenho térmico, ventilação cruzada, fachadas ventiladas, coberturas verdes e sistemas de automação que regulam climatização conforme o clima externo são exemplos de soluções que promovem equilíbrio térmico de forma sustentável.
Segundo Paulo Twiaschor, o toque é uma das formas mais diretas e íntimas de interação com o espaço. A escolha de materiais para pisos, revestimentos e mobiliário influencia não apenas a estética, mas também a sensação física que um ambiente transmite. Superfícies frias ou ásperas podem causar desconforto, enquanto texturas agradáveis, naturais e orgânicas convidam ao relaxamento.
Por fim, Paulo Twiaschor destaca que construtoras, incorporadoras e arquitetos de luxo estão atentos a essa mudança de mentalidade. Lançamentos residenciais já incorporam soluções de conforto sensorial como diferencial competitivo, inclusive como argumento de valorização patrimonial. Certificações de bem-estar, como a WELL Building Standard, têm ganhado força no setor, apontando para uma tendência duradoura.
Autor: Medvedev Modrichi