O Ministério Público do Rio está investigando o secretário estadual de governo, o deputado Rodrigo Bacellar, e seu irmão, o empresário Nelson Bacellar.
A suspeita é que os dois tenham recebido vantagens de empresários e fornecedores do Estado.
As investigações foram abertas depois de reportagens exibidas pelo RJ2 no início do ano.
Rodrigo Bacellar vem usando o helicóptero da empresa Zocar para viajar pelo Rio de Janeiro.
A 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital quer saber “se Bacellar eventualmente teria recebido presentes ou favores de sócios das empresas Zocar Rio Caminhões”, a dona do helicóptero.
A investigação apura se os voos na aeronave da empresa infringiram a lei, que diz que é “ato de improbidade administrativa tirar vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo ou de mandato recebendo para si dinheiro, bem móvel ou imóvel ou qualquer vantagem econômica.”
A aeronave pertence a uma empresa que faz parte de um grupo empresarial investigado por organização criminosa, lavagem de dinheiro, extração ilegal de ouro, crimes ambientais, falsidade ideológica e invasão de terras da União.
As viagens de Bacellar num helicóptero privado também jogaram para os ares uma regra criada pelo próprio governo.
O Código de Conduta da alta administração estadual diz que o agente não pode receber transporte, hospedagem ou favores de particulares de modo que gere dúvida sobre sua probidade ou honra.
A regra criada por Cabral prevê que, quem descumprir, pode sofrer censura ética ou até mesmo ser exonerado.
A apuração ficaria a cargo da Comissão de Ética Pública da Governadoria do Estado, que até hoje não esclareceu se abriu alguma investigação.
O motivo é simples: na prática, a Comissão criada para investigar a alta administração do estado não funciona. Pelo menos desde 2019, não houve sequer convocação para nenhuma reunião.
Enquanto o próprio governo não apura o uso do helicóptero pelo secretário de governo, o MP abriu outro inquérito para investigar o irmão dele.
Nelson Bacellar mora em um apartamento em Copacabana, a poucos metros da praia. O imóvel pertence a um empresário que tem contratos milionários com o estado.
O Ministério Público apura o “eventual recebimento de vantagem econômica, consistente na cessão do apartamento de propriedade do empresário Cristiano Tinoco.”
Tinoco é dono da Visão Empreendimentos, que tem a receber um total de R$ 73 milhões dos cofres públicos em atividades como pavimentação e drenagem.
A Visão já era investigada pelo MP, suspeita de direcionamento de licitação em um contrato com o município de Paulo de Frontin de R$ 5 milhões.
A sede da empresa foi um dos 30 alvos na Operação Rodeio, em novembro do ano passado.
