Brasil

Acha que será demitido no próximo ano? 41,3% dos trabalhadores brasileiros, sim

Se perderem o trabalho ou a principal fonte de renda, 66,5% das pessoas dizem que não conseguiriam se sustentar financeiramente por mais de três meses

A taxa de desemprego no Brasil teve uma baixa trimestral histórica e alcançou 8,3% — menor número desde 2014. Mesmo assim, nove milhões de pessoas não encontram trabalho. Nesse cenário, 58,7% dos trabalhadores acham improvável ser demitido ou perder sua fonte de renda nos próximos 12 meses, mas 41,3%, quatro em cada dez pessoas, acreditam que é provável que sejam mandadas embora ou percam totalmente a renda no próximo ano.

Os resultados fazem parte da recém-lançada Sondagem do Mercado de Trabalho do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), divulgada nesta terça-feira (6). “Tem havido melhora nos números [de desemprego], mas, qualitativamente, há muito a se preocupar e melhorar quando olhamos para o horizonte. A qualidade do emprego ainda não é a ideal”, pontua o coordenador de sondagem do FGV Ibre, Rodolpho Tobler.

Se perderem o trabalho ou a principal fonte de renda, 66,5% das pessoas dizem que não conseguiriam se sustentar financeiramente por mais de três meses — pouco menos da metade delas não conseguiriam sequer por um mês.

Os trabalhadores que recebem mais de dois salários mínimos sentem-se mais seguros e 79,6% consideram improvável ou pouco provável perder o emprego ou a renda. Já entre quem recebe menos, 52,5% sentem-se seguros e 47,5%, não. A tecnologia é considerada uma ameaça ao emprego de parte dos trabalhadores: 15,2% afirmam que ela pode substitui-los. Mas a maioria, 54,8%, pelo contrário, diz que ela será um auxílio.

Maioria está satisfeita com o trabalho


Entre quem está empregado, 72,2% estão satisfeitos com o trabalho — 22,5% deles declaram estar muito satisfeitos. Do outro lado, 27,8% das pessoas sentem-se insatisfeitas — 3,7%, muito insatisfeitas. Mas o grau de insatisfação varia conforme algumas características. Mais mulheres estão insatisfeitas que a média, por exemplo: o trabalho nã satisfaz 31,9%, enquanto menos homens que a média, 22,8%, dizem se sentir da mesma forma.

Ter ou não registro de trabalho, seja CNPJ ou carteira assinada, também interfere na percepção: 32,7% dos trabalhadores sem registro estão insatisfeitos, contra 18,7% dos registrados. Nesse cenário, sete em cada dez pessoas que trabalham por conta própria desejam, na verdade, ter um vínculo com uma empresa. Considerar a renda baixa é o principal motivo para a insatisfação com o trabalho, causa apontada por 64,2% dos entrevistados, logo à frente da falta de benefícios, apontada por 43%.

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