Eu sou empreendedor e toco um agência de comunicação que oferece serviços de assessoria de imprensa e produção de conteúdo, áreas fortemente impactadas pela chegada das novas tecnologias de Inteligência artificial, como o ChatGPT, o Bard e outras IAs conversacionais e generativas.
O principal debate do setor acaba sendo se essas tecnologias vão substituir os profissionais ou não. Bem, eu acredito que pessoas não vão ser substituídas pela tecnologia e sim por pessoas que dominam a tecnologia. Trabalhos repetitivos serão automatizados, sim, mas sempre haverá espaço para a parte estratégica e humanizada.
Neste contexto, meu primeiro objetivo é me familiarizar com as ferramentas e suas possibilidades para não ficar para trás e poder direcionar meu time para o que entendo ser o futuro do trabalho.
Abaixo, listo 5 formas simples e eficientes de como uso a inteligência artificial no meu trabalho. Acredito que essas orientações podem servir para qualquer segmento, é só uma questão de adaptação. Confira!
1 – Produção de textos
Essa é óbvia, mas nem tanto. O ChatGPT pode ser empregado para auxiliar na redação de comunicados, releases, artigos, notas e sugestões. Se, por um lado, ele oferece materiais muito genéricos a depender do tema, por outro, a tecnologia traz ideias e perspectivas que às vezes faltavam na minha versão original.
Então eu sempre pergunto para o chat se ele pode complementar meu texto, se ele tem novas informações acerca daquele tema; eu literalmente dialogo como se estivesse interagindo com uma pessoa. Em resumo, é uma ferramenta que me ajuda a construir os textos e os argumentos.
2 – Estratégia de divulgação
Muitas vezes, temos um release na mão e uma ideia na cabeça, mas a tecnologia pode sugerir caminhos, ações, eventos e abordagens que podem ser surpreendentes. Geralmente, eu coloco as ideias que tenho e peço para a ferramenta acrescentar algo, se ela tem uma ideia melhor.
Às vezes eu peço em tópicos. Se surge algum que eu gosto, eu peço para aprofundar aquela ideia. Em alguns momentos, sinto que a entrega vai ficando genérica, mas depende muito da pergunta.
3 – Criação de mensagens-chave
As mensagens-chave são afirmações curtas e sintéticas derivadas dos princípios estratégicos da organização, como missão, visão e valores. Por sua simplicidade e poder de eficiência, esses textos são bem difíceis de se escrever, mas o ChatGPT pode ajudar.
Ao alimentar o modelo com informações sobre a empresa, seus valores, produtos/serviços e objetivos, ele pode gerar declarações coerentes com o que a empresa quer transmitir para o seu público-alvo. É quase que uma reunião de ideias, mas com a tecnologia. Vale a pena tentar.
4 – Auxílio na estruturação de processos
Como empreendedor, muitas vezes eu preciso me envolver em assuntos que eu não necessariamente domino ou sequer entendo, como, por exemplo, a parte comercial ou administrativa. Aqui, a inteligência artificial me ensina literalmente a entender ou até mesmo a construir as etapas, é uma consultoria mesmo.
Na questão administrativa ou contábil, não é raro que a linguagem seja mais simples do que as respostas que encontro no Google ou no Youtube. Eu colo uma determinada lei, conceito, o que for, e peço para me explicar de forma simples. Depois, eu checo. Além disso, peço ajuda para entender a operação de determinadas áreas, como o departamento comercial, por exemplo.
5 – Elaboração de perguntas e respostas
Um dos maiores desafios da relação com a imprensa são perguntas e respostas delicadas, isto é, aquelas que são mais agudas ou perigosas para o cliente responder. Cabe ao assessor de imprensa orientar o seu cliente a dar uma resposta que elucide a dúvida do jornalista e da opinião pública, mas que não provoque nenhum ruído ou desconforto.
Não é uma questão simples. Nesse sentido, o chat pode trazer perspectivas e abordagens que podem se acrescentar às ideias iniciais.
Por fim, a tendência é que o nível de personalização, aprofundamento e precisão dos conteúdos provenientes das IAs cresçam cada vez mais, conforme ela é alimentada ao longo do tempo. Portanto, essas tecnologias têm de ser vistas como parceiras profissionais; seria imprudente ignorar as possibilidades que surgem a partir da nossa relação com elas.
