Conforme salienta Oluwatosin Tolulope Ajidahun, a poluição ambiental não compromete apenas a qualidade do ar que respiramos, mas também exerce efeitos diretos sobre a saúde reprodutiva de homens e mulheres. A exposição frequente a substâncias tóxicas presentes em áreas urbanas e industriais pode interferir na produção hormonal, na qualidade dos gametas e até no desenvolvimento embrionário. Nesse cenário, a fertilidade torna-se mais vulnerável, revelando uma relação estreita entre ambiente e capacidade de conceber.
Como poluentes afetam o organismo reprodutivo
Diversos estudos apontam que partículas em suspensão, metais pesados e compostos orgânicos voláteis podem atravessar barreiras biológicas e alcançar órgãos do sistema reprodutivo. Em mulheres, essa exposição prejudica a qualidade dos óvulos e pode alterar a receptividade endometrial. Nos homens, o contato prolongado com poluentes reduz a contagem espermática e compromete a motilidade, fatores essenciais para a fecundação.
Tosyn Lopes analisa que os poluentes não afetam apenas de forma localizada, mas desencadeiam processos inflamatórios sistêmicos. Esse estado de inflamação crônica aumenta o estresse oxidativo, danificando o DNA de óvulos e espermatozoides. O impacto não se limita à concepção, podendo comprometer o desenvolvimento inicial do embrião e elevar os riscos de perdas gestacionais precoces.

Poluição atmosférica, fertilidade e riscos silenciosos
Sob essa ótica, a poluição atmosférica merece atenção especial. Estudos realizados em grandes centros urbanos mostram que mulheres expostas a altos níveis de dióxido de nitrogênio e material particulado apresentam ciclos menstruais mais irregulares e taxas menores de gravidez espontânea. Já entre os homens, observou-se queda significativa na concentração de espermatozoides em regiões com maior poluição industrial.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun frisa que, embora muitas vezes invisível, a poluição atmosférica pode alterar silenciosamente a saúde reprodutiva ao longo dos anos. Não se trata apenas de um risco imediato, mas de um fator cumulativo: quanto maior o tempo de exposição, maiores as chances de danos permanentes. Isso reforça a necessidade de medidas preventivas tanto individuais quanto coletivas.
Nesse cenário, também é preciso considerar as chamadas “toxinas emergentes”, presentes em resíduos industriais e até em produtos de uso cotidiano, como plásticos descartáveis e cosméticos. Esses compostos, conhecidos como disruptores endócrinos, imitam a ação dos hormônios naturais e confundem o sistema reprodutivo. O resultado pode ser desde alterações menstruais até a queda na produção de espermatozoides, fenômeno já documentado em diferentes países.
Estratégias de prevenção e avanços científicos
Não se pode ignorar que reduzir a exposição total aos poluentes é um desafio, sobretudo em áreas metropolitanas. Ainda assim, medidas práticas podem diminuir os riscos. Manter ambientes internos ventilados, utilizar filtros de ar e evitar atividades físicas intensas em horários de maior poluição são algumas orientações úteis.
Tosyn Lopes acrescenta que a alimentação rica em antioxidantes, presente em frutas, verduras e oleaginosas, ajuda a neutralizar parte dos danos celulares provocados pelo estresse oxidativo. Paralelamente, pesquisas avançam no desenvolvimento de terapias capazes de identificar e corrigir danos genéticos nos gametas, ampliando as perspectivas para casais que enfrentam infertilidade relacionada ao ambiente.
Outro ponto que merece destaque é o papel da saúde ocupacional. Profissionais expostos a substâncias tóxicas em ambientes industriais ou agrícolas devem contar com acompanhamento médico regular e uso adequado de equipamentos de proteção. A prevenção, nesse caso, é uma forma de proteger não apenas a saúde geral, mas também a capacidade reprodutiva a longo prazo.
Poluentes ambientais e fertilidade: um alerta necessário
Oluwatosin Tolulope Ajidahun enfatiza que compreender a relação entre poluição e infertilidade é fundamental para que a sociedade adote medidas mais eficazes de proteção. A qualidade do ar e a preservação ambiental não estão ligadas apenas à prevenção de doenças respiratórias ou cardiovasculares, mas também ao futuro reprodutivo de milhares de pessoas.
Diante disso, cada indivíduo pode adotar práticas de autocuidado, enquanto governos e instituições precisam reforçar políticas públicas que reduzam os níveis de poluição. Ao proteger o ambiente, também se protege a fertilidade humana. Esse alerta deve servir de incentivo para que a saúde reprodutiva seja vista como parte integrante das discussões ambientais, garantindo não apenas qualidade de vida, mas também a continuidade das próximas gerações.
Autor: Medvedev Modrichi
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.